A composição do voto de Lula mostra que a maioria dos apoios ao ex-presidente (54%) “está entre os que não são classificados à esquerda, segmento que representa 45% do total”, avalia Lavareda. Na análise, para chegar a 54%, ele soma os percentuais que compõem o voto de Lula da centro-esquerda à direita e também aqueles que não sabem se definir. Segundo o analista, a pesquisa “parece corroborar seus esforços (de Lula) para posicionar sua candidatura em todo o espectro ideológico”.
No caso de Bolsonaro, o oposto é verdadeiro. Entre os que manifestam a intenção de votar no atual presidente, o número dos que se definem como de esquerda e centro-esquerda é zero. E 66% se classificam como de direita.
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“Probabilidade de voto”
A pesquisa também mantém inalterado o que o estudo classifica como “probabilidade de voto”, que inclui a rejeição de candidatos.
Entre os pesquisados, 43% dos eleitores responderam que “certamente” votariam em Lula e 12% “poderiam votar” (13% na pesquisa anterior), perfazendo um universo de votos de 55% dos brasileiros. Os que dizem que não votariam no PT “de jeito nenhum” também são 43%.
A rejeição de Bolsonaro é enormemente maior: 59% rejeitam completamente o presidente (eram 60%). 32% dos brasileiros têm certeza de votar no atual ocupante do Planalto e 8% dos que podem votar nele, somando 40% dos votos potenciais, 15% a menos que Lula. Considerando o número de eleitores que votaram em 2020, essa diferença seria de 22 milhões de votos, mas o número será maior em 2022.
Os eleitores que não hesitam em votar em Ciro Gomes são 11% e 42% são os que puderam votar no pedetista. Os que o rejeitam também são 42%.
tucano sem asas
Depois de Bolsonaro, o mais rejeitado é o ex-governador de São Paulo João Doria, com 55% de “não votaria de jeito nenhum”, enquanto apenas 5% garantem o voto no tucano e 32% puderam votar. Quanto a Simone Tebet, do sul de Mato Grosso, que não ultrapassa 2% das intenções de voto, 13% dizem que poderiam votar na senadora e 46% dizem que não a conhecem.
Os dados seriam positivos para a parlamentar, mas apenas 2% dizem que votariam nela “com certeza”. Doria e Tebet são os nomes que a imprensa continua a insistir em colocar como postulantes da chamada “terceira via”, que até agora praticamente não existe. Dessa forma, a pesquisa mostrou estabilidade na corrida presidencial, com a liderança de Lula e a tentativa de Bolsonaro de reduzir sua rejeição.