As redes são nossas, e nelas falamos só o que queremos, atacamos e cancelamos, carregamos tags e memes, decidimos o que é mentira e o que é verdade, acreditamos na capa falsa da Time with Bolsonaro e não Não acredito na verdadeira capa da Time with Squid. Na verdade, esta revista não é de hoje que se vendeu ao comunismo, é irrelevante. A mídia somos nós.
Por isso, a campanha de incentivo ao voto dos jovens entre 16 e 18 anos —realizada principalmente pela internet— foi considerada uma invasão de território a ser combatida com todas as armas. Para atuar no esforço de batalha, foi convocado até um ambiente de influência não virtual: o canhão dos pastores. Aqui em Folha, Anna Virgínia Balloussier revelou que lideranças evangélicas intensificaram a agenda política, dentro dos templos, para vender o candidato de Bolsonaro a eleitores adolescentes.
Contra o lado negro da força, Marca Hamill — o já setenta Luke Skywalker da saga “Star Wars” — recomendou no Twitter que o título fosse retirado. Leonardo DiCaprio também se posicionou na trincheira da democracia. Defensor da liberdade de expressão, Bolsonaro ordenou que DiCaprio “ficasse de boca fechada” e parasse de falar “bobagem”. O inteligente é não perder a chance de interagir com quem tem mais seguidores que você, aproveitando a exposição.
E assim foi até o fim do mandato do TSE, que registrou dois milhões de novos eleitores. O adolescente nunca foi tão mimado. Só faltou a recomendação de Nelson Rodrigues: “Jovens, envelhecem rápido”.
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